quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Atendendo a pedidos

Vamos começar com o vôo. É longe, muito longe. Há momentos em que a gente fica até tonto de tanto cansaço e também pela confusão mental que acaba se criando. Só prá dar uma idéia, tomamos 3 cafés da manhã, pois a cada refeição servida estávamos no horário do café da manhã do local. Almoço ou janta nadica, o avião andava e dá-lhe café da manhã. Nas horas de muito cansaço eu pensava em quanto a Amma se esforçou para ir até minha cidade. O outro problema é a diferença de fuso horário. No avião tentam minimizar as diferenças horárias (e conseguem) colocando todo o avião às escuras. Mas a gente acaba aumentando a confusão mental com tanta escuridão. Não sei se isso é intencional, mas de verdade funciona.
Pousamos em Cochin. Primeira surpresa: um lindo aeroporto – todo limpo e arrumadinho. Segunda observação, que espero manter durante toda a viagem: os indianos não resistem a um sorriso sincero. Já no aeroporto, resolvi responder aos olhares de todos com um sorriso e – todos sorriem de volta. Verdade seja dita, que eles me olham até com mais estranheza do que eu a eles. É uma sensação engraçada ser a estranha no ninho!
Caminho para um hotel que parece um sonho – lindo, cheio de pessoas super agradáveis, simpáticas e solícitas. Tanta gentileza, mas... . A viagem no taxi já dá uma idéia do trânsito na Índia – além de dirigir, de rezar, de ter fé de que todos iremos sobreviver, é preciso se lembrar de buzinar – buzinar o tempo todo. Buzina-se para avisar que se está chegando, se está passando, buzina-se para dizer que está odiando o ritmo diferente do carro da frente, que se está cansado, que faz calor.... é incrível tanta buzina! Feliz ou infelizmente estamos num pequeno carro com ar condicionado e não num tuctuc.
Outra observação imediata – a paisagem parece o Brasil! Incrível como a vegetação é semelhante e também a confusão visual. Os indianos só ganham mesmo pela total falta de concepção de organização urbana. Não dá prá entender tanta mistura – tudo junto. Até agora vimos pouquíssimas calçadas. O prédio maravilhoso e enorme da Apple mistura-se com uma marmoaria e depois com alguns casebres.... É um verdadeiro caos urbano. Acho que por aqui não tem faculdade de urbanismo.
Gastamos muito tempo para conseguir um modem pro computador no primeiro dia que.... não funcionou....Tentamos mais algumas horas, muita insistência, muita cabeça balançando, um pouco de força mental e, depois de horas conseguimos. Agora não consigo saber como vai o uso do modem, mas vamos por partes. Pelo menos estamos conectadas.Também buscamos comprar umas roupinhas. O melhor shopping de Cochin é meio horrivelzinho e até agora não entendi onde as mulheres compram as roupas lindas que usam.
Como por “milagre” parou de chover assim que chegamos, depois de 3 meses de chuvas pesadas e contínuas. Ontem eu já estaria satisfeita com o lindo dia, mas.... surpresa – acordamos hoje com um novo dia de sol.

Um comentário:

  1. Nossa Maria! Que recepção linda! É a Mãe te recebendo, cheia de bençãos. Me imaginei ai, junto com você. Estou muito ansiosa por escutar sobre sua chegada ao Ashram. Aproveito para te mandar um texto que eu li no livro que você me emprestou em que a Amma fala sobre o Ashram e que eu achei muito lindo, emocionante e que dá uma noção da grandiosidade que é pisar naquela Terra : "Filhos, quem não tem pureza mental não permanece aqui por muito tempo. Este solo foi aplainado com as lágrimas da Amma. Até mesmo os grãos de areia estão repletos do poder dos mantras. Este lugar é o centro do altruísmo. Este solo é para os corações inocentes. É um santuários para os buscadores. Não é um lugar para se alimentar o ego. Quem quer que seja que se interponha no caminho daqueles que lutam por manter a sua pureza terão que ir embora daqui." Amma - Extraído do livro Unforgettable Memories

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