quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O amor E o caminho

Há dias venho pensando na relação guru-discípulo. Alguns gostarão mais da expressão, venho meditando há dias sobre esta relação. Mais uma vez, para quê serve um guru, porque Deus nos atribui este encontro e como ele evolui?
No início do meu encontro havia um encantamento e uma sedução. A beleza, a intensidade, a vida e a proposta da Amma me seduziram totalmente. Em seguida passei por um processo de depuração (absolutamente necessário) e aí a função acolhedora e protetora do guru se manifestou. Estou convencida que só sobrevivi ao caos por graça da Amma. Em nenhum momento daquele vendaval em que virei "suco" e que durou um bom par de anos me senti desamparada. O tempo todo tinha a certeza de que havia um propósito positivo no que eu vivia e que Amma estava me guiando.
Esse período serviu também para fortalecer e aprofundar meu vínculo com a Amma. Serviu para comprovar a única certeza que levo comigo: de que Amma é minha guru e me guia.
Nunca mais me senti sozinha, não sei o que é solidão. Experimento os encontros e afastamentos como um movimento da Amma me guiando.
Durante o período de 2008, no qual surgiram tantas afirmações falsas, muitas delas atribuídas à Amma, jamais, em momento algum, questionei ou duvidei da Amma. Nunca me passou pela cabeça ou pelo coração de que aquele fosse o desejo da Amma. Fiquei firme no princípio que me norteia neste caminho: Amma criou esta "leela" para o meu bem. Devo me abrir, aceitar e perceber o que Ela deseja de mim para minha evolução.
Isso sem falar em tantas coisas que ganhei: o Jyotish, o Gita, Krishna, a Índia.... Max, Julinha... meus outros irmãos...
Bem, voltando à reflexão, há dias venho pensando neste amor pelo guru.
No entanto, no meu caminho, simplesmente amar a Amma, pensar na Amma, não me basta mais. Preciso ir além e este ir além tem se manifestado nas minhas práticas espirituais.
Sou um ser díficil e assim resisto muito à entrega e não posso dizer que seja fácil ter uma disciplina. Mas vou fazendo meu melhor e aceitando também minhas limitações. Mas tenho mantido minhas práticas espirituais diárias desde que voltei do ashram.
Além disso, me parece que há algo mais - profundo, algo que não alcanço ainda.
Então, hoje na prática matinal, abri "ao acaso" meu livrinho: Para meus filhos, com ensinamentos da Amma e encontrei esta pérola, presente para meu coração:

"Meus filhos, simplesmente amar o seu mestre espiritual não destruirá suas vasanas. Vocês precisam de devoção e fé baseadas nos proncípios essenciais da espiritualidade. Para desenvolver isso, é necessária a dedicação do corpo, da mente e do intelecto. Fé e obediência totais ao mestre serão suficientes para erradicar as vasanas." - Amma

E, mais uma vez, Amma me conduz a refletir. O que é mesmo devoção? O que é fé? O que são estas duas coisas baseadas nos princípios essenciais da espiritualidade? Eu obedeço ao meu mestre? Como sei se obedeço?
Amma, que ocupou meu coração, minha mente e me leva nesta viagem!

Um comentário:

  1. "Amma is a fully God realized Master who has no karma Herself and no obligation whatsover to return to the earth. If She wished, after leaving Her body, She could remain forever merged in the state of Supreme bliss and peace and never return to this world of suffering and ignorance. But for our sake She says She will return in order to set us free. She says that She is ready to come back lifetime after lifetime to take us to the goal of God realization. There can be no greater love then this anywhere in the universe. We would feel extremely blessed that Amma has this kind of love for us and very fortunate that we have come to Her and begun to experience that love. " Swamini Krishnamrita Puri

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