sábado, 9 de outubro de 2010

Por que é tão dificíl mudar?

Já estou de volta há alguns dias e já percebo meu ranço do passado. Uma certa expectativa de ficar sempre no colo da Amma, um outro tanto de desejo infantil de ser sempre novidade, esperança tola de que os outros mudem para eu poder ficar mais à vontade na minha rigidez!
E como é difícil mudar! Nossa! Quanto sou atraída para voltar aos meus antigos hábitos, para soltar o pouquinho que consegui nestes 26 dias de ashram!
Cada dia entendo mais porque as pessoas largam tudo para viver num ashram. Pois se lá já era difícil manter uma relativa expansão, imagine longe!
A vontade de voltar "prá minha casa espiritual" ainda dói um pouquinho, mas vou encontrar uma forma de viver bem.... Por enquanto minha criança fica feliz imaginando que a Amma amarrou uma cordinha de amor à minha cintura e que Ela está cuidando de mim, mesmo que eu me imagine solta.
E as outras pessoas? Como se sentem ao mudar? Como é se soltar no Universo e largar as amarras de sofrimento que nos dão a sensação de "sermos alguém"?
Hoje é o segundo dia do Navaratri, época em que celebramos três aspectos diferentes da Deusa - Durga, Lakshmi e Saraswati (força, prosperidade e sabedoria).
Ontem meditei em Kali, minha divina e querida Mãe, pedindo que ela me acolha em seu colo pois percebo sempre quanto trabalho tenho a fazer!
Um feliz segundo dia de Navaratri para todos, os que celebram, os que não celebram e os muitos que nem sabem o que é!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Afinal, e a minha casa?

Brazil! Êpa! De cara digitei com z!!! Ainda bem que deu tempo para corrigir.
Brasil, aqui estou eu de volta!
Hoje já acordei no Rio, feliz por caminhar 20 metros e ver o Cristo tão pertinho, por olhar para o verde, feliz por ter ido e feliz por ter voltado. Feliz por estar viva, por ter tantas oportunidades lindas, uma delas essa de compartilhar minhas vivências.
Fiquei pensando desde hoje cedo no que significa e no que significou esta viagem. Sei que ainda vou ter muitos desdobramentos para tanta aventura e tanta intensidade, mas o tema central, a busca da "minha casa", este ficou bastante óbvio ontem quando o avião pousou no Rio.
Senti o tempo todo que ali naquele ashram, naquele pedaço do sul da Índia, estava um local muito conhecido, onde eu já havia experimentado várias encarnações. Isso depois foi confirmado pela leitura astrológica que fiz em Cochin e foi também interessante visitar o palácio onde vivi há muitos anos. Foi interessante principalmente para refletir sobre o passado e o presente e perceber que realmente não é à toa que os mestres nos recomendam tanto ficar no aqui e agora, a única realidade - o aghora!
Acho que já posso dizer que um dos melhores ensinamentos que tive neste período foi o de fazer do meu coração a minha casa e ter como alicerce o Brasil, país que me acolheu nesta vida, a Índia, terra mãe - terra da minha Mãe, a Italia, país dos meus ancestrais nesta encarnação e o amor, o quarto e mais fundamental pilar.
Dentro da minha casa, do meu coração está um lindo altar com a foto da Devi Amma, com todas as minhas queridas deidades e todos os meus amigos, meus "inimigos", todos aqueles que têm contribuído para minha evolução, interagindo comigo de alguma forma e me ajudando a lapidar esta pedra bruta!

E aí, o que significa casa para vocês? Como conseguem internalizar esta ótima sensação de estar em casa, de se sentir em casa, de saber que tem uma casa no planeta?
Eu espero ter a força e a disciplina de manter esta aprendizagem para sempre de forma a poder acolher a mim e a todos e também poder aprender mais e mais.
Sexta-feira começa o Navaratri, oportunidade ideal para agradecer à Devi, nos aspectos de Durga, Lakshmi e Saraswati nos próximos nove dias.
Gosto muito de fechar os olhos, respirar e me sentir conectada a Amritapuri, minha casa espiritual neste planeta - viver num ashram é uma experiência vibrante e única!

Depois de resgatar um cabrito, dar leite a serpentes, alimentar vacas, um merecido passeio em elefante!

domingo, 3 de outubro de 2010

noticias - talvez as últimas antes de contarmos tudo ao vivo

Saímos de Maadurai e viajamos até Peryar, uma reserva natural em Kerala, a mais ou menos 800/1000 metros de altura, cheia de animais e muito turística.
Foi incrível ver a floresta, muito parecida com a nossa e também ver a profusão de animais diferentes. Percebi o quanto estava me faltando natureza durante a viagem. Em Amritapuri a natureza é tão exuberante, mas depois em Tamil Nandu a coisa mudou muito.
Bem, aconteceu também que a minha assinatura móvel da Internet acabou e não pude mais me conectar. Hoje voltamos para Amritapuri (4 horas de viagem) e depois viajamos até Cochin (mais 4 horas).
Eis-me aqui novamente conectada e me despedindo por enquanto.

Mônica está ótima e adorando nossas aventuras. Fizemos um lindo passeio em elefante, vimos muitas plantações: café, pimenta-do-reino, baunilha, cardamomo.
Hoje na volta vimos as famosas plantações de chá.
Naturalmente tirei muitas fotos e depois vou ver se coloco para vocês verem.
Chegamos em Amritapuri e soubemos que Amma estava dando darshan! Comecei logo a pedir prá Ela prá ficar pertinho mais uma vez, mas nem acreditei muito porque há novas regras para se subir no palco e ficar perto da Amma. Nisso chega uma moça e pede, por favor, se eu podia dar prassad na mão da Amma. Por favor? Uau, catei a mão da Mônica e saí correndo....
Que felicidade poder ficar mais um pouquinho perto fisicamente da Amma.
Parece que chove torrencialmente há dois dias em Amritapuri e tudo estava muito encharcado e senti muito frio...
Chegamos agora em Cochin e vou descansar porque finalmente comi algo que não me fez bem.
Até mais no Brasil ou por aí.