sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ayurveda e a cura. Cura? Quem quer mesmo se curar?


Ayurveda e a cura. Cura? Quem quer mesmo se curar?
Continuo de certa forma ligada à ayurveda e ao panchakarma, tratamento que fiz durante o mês de outubro. Quero, antes de tudo, dizer que para mim o tratamento foi e está sendo excelente. Sinto e sei que a limpeza não foi completa, mas espero voltar a fazer nos próximos dois anos, como sugerido pela minha médica.
Devo também admitir que eu tinha uma noção errônea e superficial da medicina ayurvédica, também passada pela falta de profundidade da maioria dos profissionais com quem tive contato no Brasil, que acabam por impedir que essa medicina ancestral e tão bem elaborada possa curar doenças mais sérias, mas este já é um outro assunto e talvez outro tema.
Também quero desmistificar uma voz corrente, já escutei falar isso várias vezes no Brasil e aqui, que um verdadeiro panchakarma completo ocorre apenas quando se raspa a cabeça. Isso não é verdade e deixo aos que se interessarem a abertura para procurar saber mais. Digo apenas que há casos específicos em que a raspagem da cabeça é recomendada e não tem nada a ver com a completude e amplitude do tratamento.
Saí do hospital há mais de um mês, procurei voltar com cuidado às minhas atividades e principalmente no início, ficou bem evidente o quanto este tratamento me fez bem. Evidente também porque perdi vários quilos e isso ajuda a se tornar mais visível, mas vejo que minha pele está ótima, minha digestão, meu sono... enfim e o principal: nada de dermatografismo nem antialérgicos...
Mas o que me intriga mesmo e quero escrever aqui é o que aconteceu além do meu tratamento e por conta do sucesso dele. Três pessoas me procuraram e me pediram especificamente para acompanhá-las até o hospital para uma consulta, pois as três tinham problemas de saúde, quase todos graves.
A primeira pessoa foi uma americana que vive no mesmo prédio que eu. Chegamos no hospital e lá foi ela para a consulta. Fiquei esperando do lado de fora e tudo o que sabia era que ela queria muito uma massagem, mas não queria pagar os 20 dólares (mil rúpias) cobrados no asram. No hospital várias coisas são grátis para residentes do asram e os tratamentos mais baratos, segundo ela. A moça (da minha idade) saiu da consulta bem alterada emocionalmente, e disse que a médica havia se recusado a prescrever uma massagem a ela, dizendo que antes disso ela teria que tomar alguns remédios. Achei estranho, mas estava apenas acompanhando então... A pessoa foi à farmácia, comprou os remédios e voltamos. Algumas horas depois, ela me liga, bastante agressiva e criticando muito a ayurveda, os indianos, os remédios e a mim! Dizia que eu era culpada por ela ter mais uma vez se iludido, enfim.... afirmava que os remédios tinham bula mentirosa e que eram à base de álcool, blá,blá, blá... Chegou mesmo a sugerir confusamente que eu deveria pagar pelos remédios dela (algo em torno de 10 dólares).
Minha conclusão sobre este caso foi que para se curar e receber ajuda é preciso uma entrega e também a humildade de aceitar o médico como elemento de mudança. Não quero dizer com isso que se deve deixar o senso de proteção e de crítica do lado de fora do consultório, mas é preciso conceder ao médico a possibilidade de agir para que possamos nos curar. Um episódio posterior com esta pessoa me chateou muito, pois ela passou dos limites da convivência social. Não tenho mais muito contato com essa pessoa, em parte para me proteger e em parte porque não gosto dessa postura norte-americana de falar mal o tempo todo dos indianos. Oi! Onde moramos? Na Índia!!!! Acabei sabendo depois que esta pessoa tem, entre outros problemas psíquicos, um problema de constipação muito grave, indo ao banheiro apenas uma vez a cada 20 ou 25 dias! A massagem era uma tentativa de ir ao banheiro!
O segundo caso foi o das duas senhoras indianas que moram aqui e que são bastante debilitadas. Primeiro ela me havia dito que achava besteira a ayurveda e que não acreditava neste tipo de tratamento. Ela e a irmã que é doente de nascença têm muitos problemas pulmonares e estavam bem debilitadas. Pois, logo em seguida a este primeiro evento com a americana, vem a indiana me pedir para levá-las ao hospital de ayurveda para uma consulta. Lá fui eu mais uma vez. Desta vez, até entrei com elas na consulta, mas como foi toda em malaialo, saí de lá sem saber nada. Entendi apenas que a irmã mais velha estava bastante debilitada e precisava tomar com urgência os remédios prescritos e que a irmã com deficiência mental e problemas físicos estava com pontos perigosos no pulmão. Foi  uma trabalheira ir e voltar, procurar os remédios e conseguir de graça para ambas. Dois dias depois, a irmã mais velha me procurou e pediu para eu dizer ao médico que elas não iam tomar os remédios, pois tinham piorado!!! Eu sei que o sabor dos remédios não é bom, principalmente esses  líquidos que eles chamam de "kashaya", que são na sua maioria remédios antigos, concentrados de várias ervas,  que estão sendo recuperados pelo laboratório de produtos ayurvédicos da Amma, mas abandoná-los assim, apenas alguns dias após começar, sabendo que a situação é grave, ai, ai...
O terceiro caso que vou descrever aqui foi para mim o mais impressionante. Fui procurada por uma pessoa alegando ter uma doença grave, bastante grave que a obriga a fazer quimioterapia constante. A pessoa disse que já havia tentado chegar ao hospital e ter uma consulta para fazer um tratamento, mas não havia conseguido se entender porque fala mal inglês. Pediu ajuda para que eu fosse com ela ao hospital no dia seguinte. Tendo em vista a gravidade do caso, sugeri que ela fizesse uma consulta diretamente com a diretora do hospital. Após a consulta, tivemos que voltar na mesma tarde para que ela se consultasse com outro médico, mais especializado em casos difíceis. E lá fomos nós. A consulta foi maravilhosa, ele realmente demonstrou excelente qualidade profissional e humana. Foi definido junto com a pessoa um tratamento, para inicialmente desintoxicá-la de tanta quimioterapia, em 3 semanas, com gradual reintrodução da quimio com o acompanhamento dos resultados demonstrados por ela.
Várias pessoas sugeriram então, tendo em vista a gravidade do caso, que se falasse com a Amma diretamente. Lá fui eu outra vez buscar todos os meus conhecimentos e consegui uma pessoa para traduzir ao malaialo, consegui que ela chegasse até a Amma, que a carta dela fosse lida e a Amma, depois de mantê-la por muito tempo nos braços, abençoou o tratamento.Ela saiu do darshan maravilhada, emocionada e dizendo que sentia que tinha chegado o momento da cura.
Foi preciso voltar várias vezes ao hospital, ir ao banco, resolver vários problemas da pessoa, e nas idas e vindas fui percebendo o surgimento de uma resistência que foi aumentando, aumentando. Conversei com ela o quanto pude, expliquei o quanto é difícil a mudança, o quanto ela estava meio que "casada" com essa leucemia, até que ela começou a não aparecer nos encontros marcados para continuar a resolver os problemas dela e depois sumiu... literalmente sumiu.
Durante um jantar fico sabendo que ela resolveu não fazer o tratamento e os motivos que escutei foram os mais disparatados - claramente desculpas para não se submeter ao tratamento. Em seguida, partiu para passear com uma outra brasileira que conheceu aqui. Primeiro disse que voltaria em fevereiro, depois em junho, em julho - adeus.
Então, toda esta longa introdução serve para a reflexão que tenho me feito (naturalmente estou trabalhando esses aspectos de resistência dentro de mim também): quanto é grande a graça de Deus que se derrama sobre nós nos mostrando sempre o caminho melhor e quanto somos apegados e resistentes à mudança!
Por uma lado fingimos procurar ajuda, procurar a cura, mas estamos muito mais apegados à doença e a tudo que ela nos dá. Muitas vezes também estamos tão deprimidos que nos recusamos aceitar a cura, preferindo continuar a sacrificar o corpo.
Aceitamos a cura/transformação se ela se apresentar como milagre e não por meio de uma entrega e de um certo comprometimento e trabalho de nossa parte...
Finalmente, quanto usamos as "doenças" para chamar a atenção das pessoas. O último caso que citei é bem claro: todos se apiedam e procuram ajudar e ser gentil com quem tem leucemia mesmo que crônica, mas poucos têm amor por pessoas saudáveis e fortes!!!
Espero que este tema possa contribuir para a reflexão de algumas pessoas, da mesma forma que tem contribuído para minha reflexão e cura.

sábado, 10 de novembro de 2012

O ninho


Não me canso de curtir e acompanhar a "família" de corvos na árvore ao lado da minha janela. Olhar o ninho e lembrar de quantas e quantas vezes eu vi um corvo indo para cá e para lá com galhos na boca, alguns até grandes e pesados. Desde ontem, a "corva" está sentada no ninho sem sair. Ela também fica quieta e emite sons bem baixinho. O macho (lindo e eu agora aprendi a distinguir entre eles) vem vê-la de tempos em tempos e, às vezes, fica no galho ao lado do ninho fazendo companhia. Ontem de noite choveu muito, temporal mesmo e, quando fui fechar minha janela, lá estava ela - banhada e protegendo sua cria.
Fico observando e pensando o que nós humanos (homens e mulheres) fizemos deste instinto de procriação inerente a qualquer animal. Observo os "desejos" de maternidade que muitas vezes me contam e percebo que há pouca reflexão sobre o que significa este ato para nós humanos. Vejo também tantas mulheres querendo ser mães solteiras, algumas que apenas pretendem usar um "macho" qualquer para satisfazer seus desejos egóicos, tantos homens deixando de viver o prazer da paternidade, por fugir à responsabilidade. Outras ainda nem sabem bem por quê querem ser mães - simplesmente para seguir a onda da vida ou até mesmo para agradar a própria mãe. 
Tudo isso me entristece porque também vejo crianças confusas, mal amadas, mal cuidadas (quase todo mundo sabe da triste história da garotinha desequilibrada que vive no apartamento acima do meu no Rio).
Também me fascina a calma e paciência da corva sentadinha lá chocando seus ovos e a amorosidade do macho que neste momento está cumprindo seu papel de provedor. Hoje, muitas mulheres preferem competir com os homens profissionalmente e nem pensam em parar a corrida desenfreada pelo mundo masculino e pelo dinheiro e ego para curtir suas crias, deixando-as de lado na mão de outras "corvas" que também só têm olhos para seus filhotes, que por sua vez, estão sabe Deus nas mãos de quem.
Em momento algum estou dizendo que a vida das mulheres (e dos homens) atualmente seja fácil. Ao contrário, hoje com esta mescla de papéis a vida ficou muito, muito mais difícil para todos. Isso pode explicar parcialmente mulheres tão masculinas e fálicas e homens tão fracos.
É particularmente importante para mim observar esses corvos neste momento. Acabei de ler o "The Pregnant King", baseado num personagem do Mahabharata e os corvos são citados o tempo todo como as almas dos antepassados que esperam uma oportunidade para reencarnar. Os ruídos feitos por eles chamam a atenção o tempo todo.
Sou feliz por poder refletir sobre a natureza humana, sobre os caminhos da vida. Feliz e agradecida por poder acompanhar o surgimento dessas novas vidas.
Rezo a cada olhar ao ninho para que todos, corvos e humanos possamos ser felizes, e aproveito para reverenciar meus antepassados!

domingo, 21 de outubro de 2012

O tédio....


A vida é mesmo engraçada.  Quanto nossos olhos estão acostumados a certas visões e tendemos a achar aquilo belo (ou feio). Explico - quando chego na Índia começo achando as pessoas exóticas, me fascino com o colorido das roupas, a intensidade das cores em todo lado. Depois de um tempo o meu "hábito visual" começa a me fazer falta.
 Aqui no Sul da Índia todos, sem exceção, são morenos e, como há poucos estrangeiros, dá prá imaginar. Todo mundo tem a mesma cor de cabelo. As únicas variações são nos tons de grisalho e nos tons de branco dos cabelos.


O mesmo acontece com as roupas - as mulheres usam apenas e tão somente dois tipos de roupa - punjabis (túnicas e calças) para as jovens e solteiras e sári. É como usar uniforme todos os dias da sua vida - a única coisa que muda é a cor, a textura, a riqueza (ou simplicidade) do tecido e dos bordados. Depois comecei a entender que há também um estilo nas dobras, uma categoria na qualidade do tecido.
A vegetação litorânea aqui é exuberante - mas sinto falta da existência de uma gramado, um jardim planejado...
Acho muito engraçado isso, pois não sei como explicar.
Tenho muito desejo de usar (bem) um sári. Mas não sei se eu aguentaria usar sári todos os dias da minha vida. Gosto de variar também - gosto de usar um vestido longo, um jeans, uma saia... Enfim, me vejo diante de uma das coisas que mais me amedronta na vida - o tédio!
Será que existe mesmo este tal de tédio visual? Como será que um indiano olha a paisagem do Rio de Janeiro?

sábado, 13 de outubro de 2012

Segundo dia

Segundo dia - a maior dificuldade é deixar o tempo passar passivamente.
Mas vamos falar antes das coisas boas. Há muita solidariedade no ar e isso compensa muita falha. Também, após a reclamação chorosa sobre a falta de limpeza, uau! Ontem o banheiro foi limpo três vezes, até ficar impecável para padrões indianos e hoje outra vez - limparam bem, muito bem para padrões indianos.
As noites são mais fáceis e eu durmo, e só estou tendo dificuldade com as formigas que aparecem na cama e ficam me mordendo. Como esta é uma zona rural, há de tudo! Mas hoje vou pedir limão e colocar no pé da cama. As formigas odeiam e somem rapidinho!
Conhecer a rotina facilita um pouco - eu já sabia hoje o que me esperava e pude controlar minha mente - levantar cedo, tomar banho, me vestir, esperar o ghee medicado, tomar pedindo a Deus para não vomitar e para que me faça muito bem, esperar o tempo passar.
Eu só posso comer quando sentir fome e vejo o quanto é preciso conhecer seu processo digestivo neste tratamento. Eu não sei dizer realmente se sinto fome, então, só comi ontem na hora do almoço.
Mas daqui a pouco direi que estou com fome e vou pedir comida - o khani - sopa de arroz com arroz.... Mas com sal é até bem gostoso.
Minha sorte é também gostar do chá que tomo aos litros...
Sinto um certo cansaço e gostaria de dormir, mas fico pensando nas recomendações e também depois quero ter a certeza de dormir à noite, então fico resistindo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E o panchakarma começou


Bem, finalmente comecei o panchakarma. Vim para o hospital ontem e vivi uma boa dificuldade. A qualidade dos quartos que me ofereceram é horrível, mesmo pagando uma fortuna (o preço atual de 1500 rúpias é bem caro para a Índia). O banheiro é simplesmente terrível e lá vou eu com minhas dificuldades. O pior é ver que há quartos muito melhores e vazios que eles continuam dizendo que estão reservados!!!
Bem, já vi que por aqui em ter dinheiro não resolve nada. E aproveito para olhar para dentro, para minha "frescura" e "mania" de limpeza, para a dificuldade em aceitar um tratamento que eu mesma escolhi.
Mas, sinceramente falando, entendo que este hospital carece enormemente de qualidade administrativa. É um prédio lindo, com boas instalações, mas falta a parte administrativa/governança de um hospital/clínica de tratamento, principalmente no sentido de manutenção e informação.
Não gosto de criticar as coisas da Amma, pois prefiro aceitar e entendo que há muito trabalho voluntário, mas falta também supervisão aos funcionários e, portanto, profissionalismo. Mas, entrei na dança, fiz o maior alarde e não quero desistir no primeiro dia.
Primeiro dia é realmente hoje. O tratamento inicial chama-se snehapana. O que é: administração oral de ghee medicado (ghee aquecido acrescido de medicamentos). A ideia, pelo que eu entendi, é ir aumentando a administração desse ghee que, após a digestão se distribui pelo corpo chegando até as partes intoxicadas. Quando meu corpo ficar "totalmente cheio" deste ghee, todas as toxinas serão levadas ao estômago, de onde serão retiradas por 2 dias inteiros de vômito. Depois há outros processos que desconheço, mas no total são 30 a 35 dias aqui!
Durante este tratamento que, no meu caso, vai durar 7 dias, a prioridade é ingerir este óleo e digerir. Alimentação mesmo só papa de arroz e água quente.
As ordens hospitalares: levantar às 6, tomar banh, e tomar o ghee antes das 7 da manhã. Ainda não consegui saber porque tão cedo, mas acredito que seja para tomar em jejum e também para poder digerir apropriadamente.
O chato é que há muitas restrições, inclusive a de não fazer nada e também de não dormir durante o dia. Num quarto escuro fica difícil, mas vou ficar mentalizando que sairei daqui muito mais saudável, muito mais magra, muito mais linda e muito mais preparada para a vida, que é meu desejo.
No mais, adorei todas as manifestações calorosas que recebi. Que bom. Pelo menos com o coração cheio de amor tudo fica mais fácil.
Enquanto eu escrevia a médica fofinha, Dr Deepthy veio fazer a ronda e eu reclamei muito do quarto etc... Ela voltou agora e me mostrou dois outros quartos com janelas e luz natural e sem ar condicionado, mas as paredes são tão mal cuidadas que eu preferi ficar mesmo no meu quarto rosa e escuro.
Pedi desculpas e até disse prá ela que entendo minha resistência, mas o critério indiano e brasileiro é muito, muito diferente.
Vamos em frente então....

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Há Ammas por todas as partes!

Primeiro preciso dizer que o conceito de dia da semana se esvai aqui no ashram. No começo achava estranho os residentes mais antigos terem dificuldade de lembrar o dia da semana, mas agora começo a entender, pois também tenho que parar e pensar que dia é hoje e é difícil para mim marcar coisas baseadas nos dias da semana. Finalmente, os dias da semana são apenas marcações humanas e provavelmente ligadas a rotinas e rituais e, como aqui a rotina e os rituais são completamente diferentes, é bastante normal que isso aconteça.
Esta introdução foi apenas para falar como me sinto depois de quase uma semana sem a presença física da Amma. Para os que já participaram de um programa completo da Amma, posso dizer, simbolicamente, que o ashram sem a presença física da Amma é como um dia de programa normal enquanto o ashram com a presença física da Amma é Devi Bhava o tempo todo.
Sinto a presença da Amma o tempo todo - isso é impressionante. Basta respirar conscientemente e lá está. Basta prestar atenção ao pé que toca o chão e lá está novamente. Entendo que isso seja até normal, já que o guru não está limitado à forma física e que o ashram é a extensão do corpo do guru.
Também aprecio muito o ar intimista que se forma - pouca gente, mais silêncio. Mas é claro que há para mim, como imagino para todos, aquele desejo da presença física mais forte de Devi!
Mas eu queria mesmo era falar que pessoalmente me perguntava como eu iria viver essa fase. Parte já falei, mas aconteceu uma coisa bem linda: agora, a cada vez que vejo as inúmeras bramacharinis pelo ashram, vejo pequenas Ammas... Vejo Amma em todo o lado... E isso é muito bom.
Há alguns dias tenho agradecido à Amma ter essas bramacharinis vestidas de branco para me fazer feliz...
E vou caminhando, passo a passo, para entender um pouquinho mais.

domingo, 7 de outubro de 2012

Abismos

Há certos abismos entre grupos no mesmo caminho espiritual que ainda considero intransponíveis... Amma, quando?

sábado, 6 de outubro de 2012

O que somos nós?


Este ashram é um bom lugar e uma boa experiência para testar, refletir e melhorar em tantos aspectos e um deles para mim é o desapego da morte.
Tenho a certeza de que Amma faz isso intencionalmente para que nós os ocidentais (e todos aqueles que sofrem de apego a esta vida como eu) percebam a realidade suprema.
Para dar uma ideia mais clara, há um grande salão com laterais abertas (chamado de hall) onde Amma dá darshan. De quem olha para o pequeno palco numa das extremidades, no lado direito deste salão há um caminho (por onde Amma passa para entrar no hall) e logo depois há o café (lanchonete). Ali também funciona o restaurante ocidental, aberto quando Amma está aqui no ashram e ali também estão as mesas usadas pelos ocidentais para comer.
Bem ao lado deste café há uma área que foi recentemente coberta com piso cerâmico e depois o portão de saída da ala central do ashram e ali, bem ao lado do café, é feito o ritual de morte. Assim que alguém morre aqui, o pessoal da estrutura cobre o local com um plástico amarelo e coloca lâmpadas fortes. Duas mesas são trazidas. Uma contém um altar com lamparina e a outra é preparada para a colocação do corpo.
Simples assim. A pessoa morre, faz-se um ritual e, logo o corpo é levado para cremação. Algumas horas depois, não há mais quase vestígio do corpo.
Desde que cheguei aqui já ocorreram duas mortes e minha amiga francesa me contou que no mês de agosto três outras pessoas idosas já haviam morrido. Na primeira Amma estava fisicamente aqui. Ela interrompeu o darshan e fez uma pequena cerimônia cantando Om namaha shivaya e depois amarrou um pano sobre a cabeça do filho mais velho e colocou um coco sobre a cabeça dele e os amigos carregaram o corpo da mãe para a cremação.
Ontem mais uma morte. Não sei quem era, pois só vi quando estava a caminho do meu seva na lanchonete. Mas havia muitas pessoas e quando cheguei ao café o local para o ritual já estava preparado.
Tinha que voltar ao quarto logo depois do meu seva e não pude ficar para acompanhar o ritual até o local de cremação, mas não pude deixar de refletir sobre o simbolismos dessa morte e agradecer a Deus esta oportunidade de trabalhar este aspecto da minha consciência.
Simples assim, algumas horas depois que o prana deixa de habitar o corpo, já não há mais corpo. Portanto, o que estamos fazendo com a nossa vida?
Aprendi, quando estive aqui pela primeira vez em 2010, que os indianos desejam ser cremados o mais rapidamente possível para se liberarem o mais rapidamente possível. Dizem que é um sofrimento ficar ali preso ao corpo físico esperando que ele se deteriore.
Também aprendi que é preciso estar muito preparado para este momento, pois saímos por um dos orifícios do corpo e devemos estar preparados para sair por um orifício superior para nos ajudar a liberar e evoluir. (Seria por isso que tantas pessoas evacuam e fazer xixi quando morrem - elas saem pelos orifícios inferiores). O ideal mesmo é ter consciência plena dos chakras e sair pelo chakra coroa, mas isso já é outra história...
Também a literatura védica tem vários exemplos da importância do último pensamento e dos apegos criados e mantidos. É bastante conhecida a história do rei que foi viver em reclusão nas montanhas, abandonando tudo e nos seus últimos dias apaixonou-se por uma pequena gazela que viu tomando água em um lago. Sua mente fixou-se na gazela de tal modo que ele precisou ter duas vidas como gazela para poder se liberar.
Assim, como não acredito que seja possível aprender tudo isso penas alguns minutos antes de morrer, acho que é melhor praticarmos o tempo todo.
Primeiro admitindo sempre e constantemente que somos mortais e finitos e que a morte é certa e faz parte do processo de vida. Segundo, refletindo sobre o que somos e onde está nossa essência. Estará apenas no corpo que é destruído em tão poucas horas? Em terceiro lugar examinando profundamente nossos apegos.
Acima de todas estas questões, há também o pensamento e o coração constantemente em Deus e no Guru que é o que nos conduz em todos os momentos.
Aqui posso ver tantos comportamentos meus que revelam apegos - apegos aos meus filhos (como se não fosse inevitável que um dia eu parta), apego ao sofrimento do passado (que me impede de crescer mais rapidamente), apego às minhas doenças (afinal elas têm me servido há tanto tempo) e resistência à entrega.
Finalmente, ontem, ao viver esta experiência, pedi à Amma que eu tenha a bênção de ser acolhida e amparada por Ela no momento da minha morte, assim como me sinto acolhida e amparada em todos os momentos! Que todos tenhamos a graça de Deus no acolhimento.
Bem, falei de mim. E você? Como trata esses assuntos tão fundamentais? Anda esquecendo e achando que há outros assuntos mais importantes?


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quero casar!!!! E os desejos? E o marido? E a Amma?


Muito provavelmente isso tem a ver com meu tema de vida, mas ainda me surpreendo com o tanto que escuto as pessoas falarem aqui que querem arranjar um companheiro. Engana-se quem pensa que isso venha apenas das mulheres. Independentemente do sexo e idade, tenho escutado isso muito.
Algumas perguntas me veem à cabeça:
1 - será que é mais fácil encontrar alguém aqui no ashram, ou será que as pessoas usam o fato de estar aqui para nunca realizarem seus desejos?
2 - será que por estarmos aqui neste lugar tão especial e tendo a certeza do acolhimento da Amma, pois aqui todos sabem que têm o mínimo garantido (tipo casa da grande mãe) sobra então tempo para se pensar, para se fazer contato com esses desejos?
3 - tudo bem, já entendi que o que nos traz de volta ao planeta são os desejos não supridos, mas, todos os desejos devem ser satisfeitos? A vida é só isso?
4 - eu até consigo pensar em satisfação de desejos que dependam de outras pessoas em um pequeno grau, mas sonhar com um relacionamento, um casamento depende de uma outra pessoa - isso me parece tão complexo!
5 - será legal simplesmente jogar esta "responsabilidade" sobre seu guru? Escutei de uma residente que está aqui há 20 anos: eu até ofereci para a Amma uma troca - eu pararia de fumar se ela me desse um companheiro, mas como Ela não me deu, então, fico com meu pequeno e único prazer - o de fumar.
Aí pensei que poderíamos fazer uma organização: mulheres de um lado, homens do outro e a Amma ia fazendo os pares, ou então, como somos todos irmãos, as pessoas iam simplesmente se juntando e depois construíam a relação.
Mas na verdade, o que tenho reparado é que esses "desejos" de casamento, de parceiro espiritual, de relacionamento amoroso que tenho escutado aqui no ashram acabam revelando, na verdade, outros desejos...
Quando pergunto às pessoas, tenho escutado respostas como: é muito melhor ter um companheiro aqui no ashram porque aí você ganha um quarto; estou cansada de ficar dura sozinha, com mais alguém a vida pode ser melhor; meu ex-marido já arrumou outra pessoa e eu estou só; fui abandonado pela minha namorada e quero me vingar.. e vai por aí....
Agora, uma pergunta: esses desejos reais não têm nada a ver com o encontro de dois corações, com a parceria de vida, com as mãos dadas num caminho espiritual, nem tampouco tem a ver com atração física....
Enfim, eu ia escrever sobre outra coisa, mas o tema ficou muito forte nas últimas horas.
Acho bem interessante conhecermos profundamente nossas necessidades e nossos desejos e avaliar, com clareza e objetividade como construímos e usamos esta oportunidade tão maravilhosa que é a vida!
Eu, por exemplo, passei, há um tempo atrás, um dia horrível, quando até pensei em ir embora porque queria ter uma cama!!!!



domingo, 30 de setembro de 2012

Rotina, que rotina?


Tinha pensado em escrever hoje um pouco sobre a minha rotina aqui no ashram, que difere dos anos anteriores. No entanto, apesar de haver uma determinada orientação na minha vida, que gira em torno da presença física da Amma, como pensar em rotina vivendo na extensão do corpo do guru?
Então, hoje me bateu uma saudade enorme da minha filha. Sei lá, vontade de estar com ela, de papear, daqueles momentos deliciosos que nós temos. Aí entrei num banzo total porque tenho esta saudade do Lucas há anos e fiquei mais triste ainda. Tentei me concentrar em muita atividade, tentei dormir, mas desabei de choro sem remédio para tanta saudade.
Até que resolvi sair do quarto e ir prá perto da Amma que estava desde manhã dando darshan sem que eu fosse até Ela. Nem precisei chegar até o hall. Já no café encontrei a moça com quem fiz seva durante este mês que gentilmente me perguntou se eu gostaria que ela fosse me visitar no hospital durante minha permanência lá. Dei mais alguns passos e encontrei uma outra moça alemã que queria muito dar um presente a alguém e achou que teria que ser eu. Ela me ofereceu bolos, qualquer coisa do café, mas como estou firme no meu regime sem açúcar (só prassad), aceitei uma small lemonade!!!

Visão da puja do aniversário da Amma

Caminhei mais um pouco e mais uma outra residente veio me oferecer umas balinhas. Mais um passos e minha pequenina, uma senhora doente que mora aqui com a irmã veio toda feliz me encontrar. Sempre que posso eu a levo tomar um chai fora do ashram. Esta história do chai fora do ashram é o maior desafio para mim. A gente vira uma ruelinha, anda 10 metros e está numa teahouse típica da Índia, com preços abusivos por causa da proximidade do ashram e com a sujeira e a tristeza típica do descaso que vejo sempre que saio daqui. Esta senhora, que vive aqui com a irmã, ambas de família nobre indiana (parece que elas eram princesas, mas não sei mais detalhes sobre isso), adora este chai e a irmã me pede para levá-la todos os dias, mas tem que ser exatamente às 18 horas.
E assim foi - uma sucessão de carinhos, de agrados, de gente gentil expressando a apreciação delas por mim e eu apenas recebendo todo este carinho - sentindo que vinha diretamente das mãos e principalmente do coração da Amma!
Então, depois de uma puja de Shiva-Shakti linda, depois de mais presentes, de meditar mais de uma hora perto da Amma.... enfim - depois de todo um dia, descobri que minha grande rotina aqui é mesmo a de ter respostas muito rápidas para quase tudo.
No entanto, Amma que sabe tudo, também sabe que há temas difíceis para nós e o de agora vem bem a calhar: quando dizer sim e quando é preciso dizer não!
A foto escolhida, além de retratar uma mandala linda toda em especiarias feita para a puja especial do aniversário da Amma, serve também para agradecer aos meus queridos alunos de astrologia aqui do ashram que, cheios de amor, me deram uma lamparina como essas para eu poder "queimar ghee" todos os dias, como me recomendou o astrólogo.
A rotina banal, bem esta fica para depois!
Om namaha shivaya

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Um mês - parece que cheguei ontem e parece que sempre estive aqui!

Nem acredito que já se passou um mês. Mesmo sabendo que ficarei um período mais longo aqui, tenho sempre uma sensação de que não consigo fazer tudo o que quero. Provavelmente é fruto do meu ego e acaba sendo uma distração evitando um ser mais amplo.
Passei um mês pensando que eu não sentiria muito a partida física da Amma - afinal de contas, eu estou mais do que acostumada a viver fisicamente longe da minha Guru. Mas ontem, dia do último darshan antes da partida da Amma.... ai, ai.... chorei! Lembrei imediatamente da dor da separação das gopis...
Aquele choro do anseio da separação... do distanciamento do corpo físico que acaba acontecendo.
Amma hoje deu darshan no templo de Kali - e hoje foi meu primeiro darshan lá. Muito íntimo... incrível a sensação.
Mas também sinto que fico protegida estando aqui - ansiosa para viver no silêncio, esperando o momento de finalmente cuidar da minha saúde e fazer meu panchakarma...
Hoje também ganhei (ganhamos Bhadra e eu) alguns presentes - conceitos profundos para reflexão sobre o apego, o deixar o passado, estar no nada...
Pue sentir como pequenina diante de tanta sabedora. Mas quem sabe um dia eu chego lá.
Mesmo diante de desafios e muita aprendizagem (é para isso que estou aqui), cada minuto valeu a pena. Tenho saudades de tantas pessoas que amo no Brasil, mas estou feliz!
Quer ver minha casinha agora? Fotos da paisagem que não cansa de me fascinar e do flat um mês depois.

A primeira impressão que tive do meu quarto em 17 de agosto

A paz e sossego de uma vaquinha no caminho para o hospital de ayurveda

A vista áerea da ala nova do ashram, foto feita do último andar do prédio mais alto do ashram. Meu prédio fica no final à esquerda praticamente difícil de se ver na foto.


Ala totalmente nova próxima ao hall principal, com os diminutos quartos que estão sendo construídos e que serão destinados aos homens pelo que me disseram. Fica ao lado do café ocidental.


O grande teto vermelho mais à esquerda, próximo do canal é o teto da nova e enorme cozinha indiana que está em construção

A ponte, o canal (backwater) e os barcos atracados ao lado do ashram

Minha casinha hoje, setembro 2012

O outro lado, com meu altar.

A cadeira que foi da Amma, usada durante anos. Atrás a cozinha hoje, já um pouco mais aparelhada.

Uma outra visão do quarto! Consegui uma mesa temporária!!! Agora preciso de tempo para batalhar uma cadeira!



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Nomes e flores

Engana-se profundamente quem acha que a Amma não é onisciente. No entanto, a relação guru-discípulo exige também do discípulo uma ação, amparada pela devoção e pela fé. Ontem escutei uma história linda: duas moças estavam segurando flores para dar à Amma e aguardando que a Amma passasse. A Amma passou e como elas estavam ardentemente pedindo internamente para dar as flores à Amma, a Amma parou diante delas e ficou olhando e sorrindo... No entanto, as duas ficaram maravilhadas e não conseguiram estender as flores. Amma riu e continuou....
As duas imediatamente entenderam que era preciso também a ação delas para entregar à Amma a flor (o coração).
Hoje também escutei uma história muito linda que aconteceu ontem e a moça me contou toda feliz. A devota queria muito receber seu nome espiritual e já estava pedindo à Amma há 4 semanas. Amma chegou a abrir o livro, olhar, olhar para ela e depois fechar o livro e - no name!
Ontem a moça percebeu que tinha que fazer tudo, chamar a atenção da Amma ao máximo. Escreveu então cartazes em malaialo dizendo: nome, por favor!
Ao final do darshan ela estendeu o cartaz e o amigo dela também... Amma olhou de longe, fez um esforço riu, todos riram... e Amma deu a ela o nome ontem!!!
O nome dela significa: fonte de consciência e sabedoria e ela, ao me contar essa história, já está exercendo seu dharma!
Jay Ma!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Hospital com um único médico

No satsang de terça-feira uma moça escreveu um longo poema em malaialo e parte da tradução dizia que esse local é um hospital e que há apenas um médico - Amma. Também aqui há apenas um único remédio para todos os tipos de doentes e de doenças - o amor da Amma.
Por mais estranho que isso possa parecer acho que ela tem toda razão. A grande pena mesmo é que há tão poucos hospitais e menos médicos ainda para cuidar de tanta gente doente.
Podemos até achar que os que estão aqui são mesmo muito "loucos" que precisam de tratamento etc... mas um olhar cuidadoso ao mundo mostra bem o contrário... Aqueles "loucos" daqui são os mais próximos da cura, recebem amor da Amma manifestado no cuidar da nossa vida, no encaminhamento espiritual, na doação contínua, na manutenção desse lugar tão especial...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O que é um ashram?

A vida não é um oba-oba e tampouco o é aqui. Ontem foi um dia difícil para mim, nem sei explicar realmente o porquê. Qualquer explicação agora me parece boba. Fato é que chorei, pensei em ir embora, fiquei questionando minha decisão - enfim, um daqueles dias.
Uma das perguntas que eu me fazia é porque deveria estar aqui, com dificuldades, se tenho uma casa linda no Brasil etc. etc...
Aí vem a parte maravilhosa de estar aqui: encontrei muita, muita solidariedade. Todo mundo querendo ajudar um pouquinho daqui, um pouquinho dali.
E a melhor parte: escutei várias vezes a mesma frase: o ashram é o corpo o guru, é a extensão do corpo do guru. Por isso Amma nos ensina a nos apegarmos ao ashram como prática espiritual.
E lá se foi mais um dia, com muita aprendizagem, recuperando a força, até porque entre um dia e outro há uma noite, o sol sempre se levanta novamente (e aqui com muita força)...
E ganhei mais uns muitos presentes da minha Mãe.

(obs: parte dos móveis chegou!) dormi num "cot" - cama típica indiana.
O engraçado é que sou ocidental e durmo num "cot" indiano. As duas indianas do flat em frente dormem num caminha ocidental (que era meu sonho de consumo!!!!).

domingo, 9 de setembro de 2012

Um pouco mais da festa de ontem

Bem, agora a descrição daquilo que eu vi na festa de Krishna.
O ashram, como das outras vezes, começou a se encher um dia antes e a energia desta vez era muito mais festiva, algo entre espírito de Carnaval e Páscoa (se é que é possível fazer essa comparação).
Ontem, dia do aniversário de Krishna, Amma começou o dia de darshan normal. Às 2 horas da tarde fomos levados (ou foram caminhando) até o templo de Krishna que fica perto do ashram, aquele que visitamos de barco (lembram Abhaya, max e Luiz?).
Já fiquei super emocionada quando vi que era a Diana (Brasil e Colômbia!!!!) que estava carregando o guarda-chuva da Amma, protegendo a amiga dela que levava as sandálias da Amma.
Viro para trás e!!!! O Krishna também era brasileiro!!! Uma menina brasileira super fofa, que mora nos Estados Unidos. Já foi o suficiente para eu considerar que era benção da Amma tanta coincidência!
Há uma casa ao lado do templo e a família havia preparado uma festa de acolhida para todos, com muito suco amarelo (tipo tang) e biscoitos. A dona da casa servia a todos com amor e um sorriso e havia uma enorme foto da Amma com essas lamparinas bem grandes que eles têm nas casas aqui.
Com o Girish swami comandando a procissão, entramos no templo, o swami do templo fez uma puja rápida aos pés da Amma, circulamos todo o templo, inclusive o altar das najas do lado de fora e começamos o caminho de volta ao ashram, comandado pelo swami e com muito bhajan e muita alegria.
A procissão tinha também 3 pequenos carros
Acho que posso dizer que havia no ar aquela energia infantil de brincadeira e felicidade leve das crianças.
Amma estava sentada na escadaria do templo de Kali e muita, muita gente por todo lado. Logo que chegamos começou a brincadeira de tentar quebrar o pote que ficava balançando. Havia muita gente amontoada, pouca visão da festa acontecendo e era impossível ver a Amma. Resolvi então descansar porque ainda tinha muito mais.
O ponto alto da festa de Krishna começa às 23h30 porque Krishna nasceu à noite. Quando votei ao grande hall por volta das 22 horas, estava lotado - demorei muito até conseguir uma cadeira e todo mundo feliz apreciando os espetáculos culturais.
Em seguida, às 23h30, Amma apareceu em vídeo gravado e fez a mensagem da festa do dia e depois Ela chegou ao salão. A porta de madeira se abriu, havia uma decoração linda, toda em amarelo e azul e muitas, muitas luzes. Amma cantou, dançou outra vez, deixou todo mundo feliz e no final ainda deu prassad para as milhares de pessoas ali. O prassad dessa vez era payasam que comi com muito gosto.
Fui dormir à 1h30 e Amma ainda estava lá dando prassad para todos!'
Só mesmo a Mãe Divina para estar sempre tão disposta e plena de amor com todos.
Hoje, 11 horas da manhã, Amma já estava de volta ao darsham.
mais algumas fotos que fiz durante o dia de ontem. Com carinho













sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Atendendo a pedidos... fotos

Os vizinhos!

A paz

Todo mundo brinca nessa poça d'água que nunca acaba nem mesmo com o sol, porque tem chovido muito. Outro dia vi um avô e o netinho, de mãos dadas, mergulhando as sandálias - delícia.

Meus amigos de todos os dias - os patos!

Imagem no backwater de Vallickavu, logo ao lado do ashram! Achei tão lindo!

O por do sol de hoje, sexta-feira, 7 de setembro, logo depois do satsang da Amma na praia

Mais final de tarde







A inesgotável fonte

Repetidas vezes Amma vem me "lembrar" sobre sua força, e aí mergulho nessa fonte inesgotável de amor infinito e lá vou eu experimentar milagres, êxtases e alegrias enormes. Meu darshan de ontem assim foi. Amma colou o joelho dela no meu umbigo enquanto escutava toda feliz (e surpresa) sobre o trabalho voluntário feito em Curupaiti e lá senti eu a conexão "tubular" ocorrendo mais uma vez e tudo novamente. Saí do darshan muito, muito imantada e este ano várias pessoas têm se sentido como eu - ficam tão energizadas após o darshan que não conseguem dormir. Cinco horas depois eu ainda estava cheia de energia, flutuando e hoje de madrugada já estava "acesa" de novo....
Amma, infinita fonte de amor universal - Jay Devi!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Atualizações da rotina do ashram

Atualização é um nome lindo também para fofocas né? Aqueles comentários corriqueiros que acabam enchendo grande parte da nossa vida.
Pensei especialmente no Luiz, no Max e na Abhaya que estiveram por aqui e conhecem a rotina, mas pode interessar também a outras pessoas.
1 - Agora há mais um horário de archana. Todos os dias às 10 da manhã quando não há darshan e às assim que a Amma entra no hall em dia de darshan.
2 - Aquele rapaz do "smile" e a avó dele não estão aqui. É até engraçada a ausência dele, pois eu acabava sempre fugindo dele...hehehe
3 - Este ano temos DETERGENTE e esponjas para lavar as louças!! Acho incrível em comparação com o primeiro ano (2010) quando tínhamos que lavar os pratos usando as bacias e nada de detergente!
4 - Abhaya, aquele rapaz que você achava lindo está aqui de novo e, você tinha razão, ele é lindo mesmo. O nome dele é Bruno, ele é francês, mas não sei no que trabalha. Sempre que eu o vejo me lembro de você. Este ano ele está usando dhotis azuis lindos!!!
5 - Não sei se já tinha antes, mas agora todas as quartas-feiras às 9h30 tem aula de Bhagava Gita. Ainda não fui, mas está na minha lista.
6 - Estou achando a comida esse ano bastante melhor, quase no mesmo nível de 2010. Pode ser também que eu tenha me preparado mais..hehehehe

Espero que vocês gostem dessas "atualizações" se eu lembrar de mais alguma coisa digo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Na Terra de Deus (é o nome de Kerala) com beleza e dignidade


Aqui é um lugar para se envelhecer com dignidade e beleza!
Olhando as senhoras, tantas delas, com seus coques, seus cabelos arrumados, algumas muito enfeitadas, apesar da roupa branca, outras com muita simplicidade, fiquei pensando: aqui as mulheres têm o direito de envelhecer e de continuarem lindas e são respeitadas. Olho em volta e vejo a beleza das mulheres que podem revelar a maturidade como uma flor que desabrocha.
Tampouco percebo que as mulheres perdem sua feminilidade ao envelhecer, como vejo também aí no Rio. Elas continuam lindas, plenas, rechonchudas ou não, enfeitadas ou não, pois a feminilidade vem de dentro e há simplesmente o passar do tempo.
Em contraste, há uma senhora espanhola aqui toda plastificada, um pouco como aquelas mulheres mumificadas e repuxadas que vejo muito no Leblon e que me assustam. Como ela destoa aqui! Como o dano feito no rosto dela, todo repuxado fica feio, foge do natural e perde de longe para as rugas das muitas senhoras do ashram!
Fico apaixonada pelas tranças, pelos coques presos, pelas pulseiras, pela maneira de andarem, algumas mais arrastado, como se puxando a vida tão atribulada no passado.
Fico imaginando essas mulheres no auge da juventude soltando suas tranças e penteando os longos cabelos. Lembro ainda no ano passado, quando fiquei alojada no prédio das estudantes como gostava de ver as meninas todas penteando os longos cabelos, passando o óleo de coco que deixa os cabelos tão brilhantes. Esse ano, percebo a idade... que lindo
Também gosto da ausência da ditadura do corpo perfeitamente trabalhado e da ausência da nudez. Como são lindas as mulheres aqui de Kerala. Desde as mais humildes, esperando o ônibus, às mais atribuladas, sofrendo, em busca do consolo da Amma e as mais modernas, graduadas, todas lindas, envoltas em seus sáris, com seus enfeites.
Sinto que temos muito que aprender, que (re)lembrar...
Adoro estar aqui e agradeço a cada minuto à Amma por esse infinito carinho e generosidade com que sou acolhida aqui "em casa"!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Pada Puja, ah o pada puja...

Mais um dia juntinho com a Amma e quanta felicidade. Acho que muita gente sabe que eu sempre quis fazer um pada puja para a Amma, um pada puja feito por brasileiros, mas, na verdade, nunca tinha assistido ao pada puja clássico aqui do ashram porque Amma sempre termina tarde e estou sempre tendo que dormir. Só tinha (e tenho) muito desejo de participar de um pada puja clássico para a Amma.
Ontem, foi o dia de Devi e suas leelas...hehehe. Primeiro, durante meu seva, a cada vez que eu tinha um pensamento "irritadiço" (chovia a cântaros, o chão do café fica cheio de água, um vento horrível) caía algo da minha mão, ou eu errava o troco... Fui me irritando, irritando, até que senti a mão de Devi brincando comigo e resolvi também brincar. Quando caiu uma bandeja dos meus bolos, ah, aí me diverti.... Resolvi "salvar" os bolos como se estivesse salvando o bem mais precioso do mundo. Assim que parei de me irritar, assim que resolvi relaxar e brincar com aquela leela, tudo se acalmou. Eu estava sim bastante cansada (temos trabalhado muito, muito mesmo no nosso horário e nem temos ajudante como nos outros horários), mas tudo se transformou.
Fiquei pensando depois: o que me (nos) falta para levar uma vida assim, sempre olhando o lado positivo, sentindo essa proteção de Deus no caminho o tempo todo? Porque não sei (não sabemos) brincar com as situações e levo (levamos) tudo tão a sério? Ai, Amma, me ensina a brincar com a vida!
Em seguida, Devi não totalmente satisfeita, continuou com suas brincadeiras: Parecia haver pouca gente no hall e todos estavam comentando que Amma iria terminar cedo o darshan. Era meu dia de darshan!!! Estava cansada, mas decidi que não perderia essa oportunidade divina! Aí voltei para o hall às 9h30, segura de que às 11h30 tudo estaria acabado... Que nada... Amma dava darshans enormes, dedicava um momento para cada um, falava, falava, falava... Vi que eu havia ficado para o final do darshan e resolvi que ontem seria o dia em que eu ficaria até o final do darshan e que iria assistir o pada puja.
Meu darshan foi lindo, cheio de acolhimento intenso - um contato grudado intenso da Amma comigo e, para não perder o costume, antes do meu darshan lá estava o pé, o divino pé, envolto em uma meia que desta vez... cham, cham, cham, cham - era branca!
Depois do darshan tive que batalhar um pouquinho para manter meu lugar no palco, pertinho da Amma porque queria assistir tudinho e lá vamos nós: chega a família (umas 8 ou 10 pessoas), as mulheres (eram duas) fizeram símbolos com sândalo sobre os pés da Amma, depois banharam os pés dela. Em seguida (posso estar errando na ordem) colocaram muitas jóias na Amma: tornozeleiras, pulseiras, anel, colar, brincos enormes e até aquela joia linda que se coloca no topo da cabeça... Amma aceitava tudo, com tanto amor!
Enquanto isso as pessoas cantavam o Guru stotram... ai que lindo!
Depois colocaram um sári maravilhoso nas costas da Amma e aí veio para mim a melhor parte: a comida!
Havia uma bandeja bem grande, com vários pratos e eles pegavam com a colher e davam de comer para a Amma!!!! Ai!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Depois, Amma pegou a colher e deu de comer a cada um da família e brincava, brincava...
Perdi um pouco a lembrança da ordem do pada puja, mas lembro como Amma estava incomodada com as jóias (principalmente a da cabeça) e tirou logo que pode.
Mas é lindo, lindo, lindo. Tudo é filmado, a família fica com a água sagrada da lavagem dos pés... Muitos darshans para todos!
Amma, que um dia nessa vida eu possa ter a grande benção de fazer um pada puja, adorando os pés da minha amada Mestre.
Finalmente o dia de darshan terminou, Amma ergueu-se rapidamente e saiu sorridente, comandando o corpo, que havia estado por mais de 14 horas parado sentado, para que se movesse. Aí ocorre o corre-corre normal para estar perto de onde a Amma vai passar e desta vez Amma criou mais uma leela. Ninguém sabia por onde Ela ia passar... Esperei, esperei, esperei e quando vi estavam fechando os portões! E eu tinha que andar até chegar no meu quarto! Quando atravessei e passei diante do hospital - surpresa: Amma estava dentro do hospital, os seguranças sentados esperando perto dela, um swami esperando sentado do lado de fora e.... por incrível que pareça, às 2h30 da manhã ainda havia pessoas ali em pé esperando que Ela saísse. Entendi o que Ela havia dito sobre não poder sair pelo ashram!
Nem preciso dizer que cheguei tarde no quarto e estava tão energizada, tão feliz que não conseguia dormir... Queria dividir com alguém minha felicidade, contar sobre o pada puja etc... Ainda bem que a Laurinha estava acordada e me escutou (pelo Whatsapp) e depois, sabiamente, me mandou dormir!
Dormi como um anjo relaxado até as 8 da manhã!
Jay Ma!
Um outro dia, mais um dia feliz hoje!


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O que será que acontece aqui?

Não sei explicar o que acontece, mas o simples fato de estar aqui me traz tanta paz interior. Claro que algumas "dificuldades" me incomodam. Hoje e ontem, por exemplo, tive uma bela demonstração da famosa monções asiáticas. Chovia a cântaros e num determinado momento, até meus ossos estavam incomodados com a umidade. Mas, pelo menos por enquanto, não encontrei nenhuma dificuldade que não possa ser superada. Um pensamento frequente me vem à cabeça - a opção. É minha opção estar aqui, viver essa experiência.
O burburinho das pessoas me incomoda pouco e, quando isso acontece, volto aqui prá "terrinha"...hehe, onde durmo com o coaxar dos sapos, o barulho da coruja e a certeza da proteção da Amma.
Então, a pergunta seguinte é: por que tenho que vir até aqui para sentir isso? Por que não comprar um pedacinho de terra lá no Brasil, construir uma casinha de 20 metros quadrados e viver feliz? Não tenho essa resposta (pelo menos não ainda).
Ontem também tive uma outra 'dificuldade'. Chego para fazer meu seva no café e encontro um monte de gente nova... Eu falo para a garota que é o meu turno, ela simplesmente me ignora e continua (muito gorda) a ocupar meu lugar. Até aí tudo bem - eu penso - ah, o importante é que tudo dê certo. Mas por dentro não estava feliz... Aí as coisas começaram a dar errado. Chovia a cântaros, a moça ficava horas conversando ao invés de atender logo as pessoas sob a chuva, não sabia impor a ordem na fila. E eu voltei a dizer, pode deixar que eu sou cashier, tenho experiência e agora é meu turno. Que nada... Até que as coisas começaram a ficar confusas na cozinha também.. Ela não sabia fazer comandos e tudo começou a virar um caos... Fui chamada pelo pessoal da cozinha e simplesmente respondi: não sou eu e já tentei falar com ela e ela não me escuta. Então, acho melhor vocês falarem com ela... Ela se ressentiu toda e ficou para trás como runner (assistente) e aí o caos já estava instalado e tivemos que correr por 2 horas.
No final, trabalhamos muito, todos e o tempo passou. Mas não gostei de ter lembrado do meu desconsolo quando algo não sai bem, e eu sei como fazer e sou impedida por algum motivo... Também percebi meu apego imediato à posição - parece até que eu fiz um treinamento para ser caixa minha vida inteira e que estou aguardando promoção... Entendi um pouco mais, sem conclusões o que significa apego.
No mais o dia de ontem foi de êxtase para mim: chego no grande hall e ele está cheio até não caber mais ninguém, transbordando mesmo. Acabo conseguindo uma cadeirinha para sentar e, apenas me sento, AMMA COMEÇA A DANÇAR. Ela é simplesmente linda, maravilhosa e tão, mas tão sutil dançando...Eu não conseguia parar de chorar... Chorar de emoção e felicidade. Logo estávamos todos também vibrando nessa mesma felicidade.
No ano passado não consegui ficar até o final do Onam e este ano me disse que ficaria, mesmo com toda a umidade, mesmo dormindo durante o espetáculo porque queria ver a Amma.
Ahhhh!!! Como valeu a pena. Como me diverti, como fiquei feliz, como cantei Bandalo!!! Jai Ma!!!
E hoje tudo continua... Amma está no salão dando darshan, temos o encerramento de Ganesha (que não poderei acompanhar este ano porque tenho que trabalhar às 16 horas e será às 15h30)... e muito trabalho de tradução pela frente.
Comecei a escrever pensando nos corvos, gralha, sei lá o nome desses pássaros que para mim são emissários da Amma prestando atenção em tudo. Há sempre um que fica no galho da árvore aqui em frente e grita Ma, Ma o tempo todo. Eles são mesmo curiosos e incrivelmente espertos. Estava preparando meu almoço (arroz basmati com dal feito em casa por mim mesma, suco de tangerina e doce de banana de sobremesa) quando olho para trás. Havia uma pequena fresta em uma das janelas e lá estava ele - espiando dentro da minha casa, pronto para entrar!!! São mesmo safadinhos, mas ao mesmo tempo me fazem companhia, assim como o Lupi e a Circe de quem tenho tanta saudades!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Happy Onam

Terça-feira, dia de meditação e prassad da Amma no templo de Kali. Além disso, hoje e véspera de Onam. Asram cheio, a cada minuto chegam mais pessoas para celebrar a principal festa de Kerala com a Amma. Às 11 horas da manhã o templo já está lotado, parece não caber mais ninguém. Amma entra por volta das 11h30, senta e faz entrar mais 50 pessoas que estavam do lado de fora e em cima. Depois fala e fala em malaialo e finalmente diz em inglês que ainda cabem mais 40 pessoas sentadas num lugar onde meia hora antes parecia não caber mais ninguém. Logo as bramacharinis se erguem e começam a passar de mão em mão cadeiras de um lado para outro. Movimento, movimento e eis o milagre do espaço - todos acomodados. É o milagre do amor!
Aí depois veio a tradução e acho que pode ser muito interessante para todos: Amma disse que quando as pessoas visitam o ashram é dever dos bramacharis e bramacharinis, bem como dos residentes verificar se todos estão instalados confortavelmente, se há lugar e acomodação para todos. Amma sabe que os residentes e bramacharis e bramacharinis trabalham muito o tempo todo e que nesses dias ela se reúne com eles para instruções, orientações, mas que em véspera de festas assim como a de amanhã, temos todos que fazer um esforço. Amma continuou dizendo que antigamente ela costumava sair à noite para verificar se todos estavam acomodados, dormindo bem. Ela disse que hoje infelizmente ela não pode mais fazer isso porque a cada vez que sai do quarto para fazer qualquer coisa há muita gente com ela, seguindo-a o tempo todo e ninguém descansaria. Então, agora é dever dos residentes e bramacharis acolher a todos. Amma disse também que os convidados são uma expressão de Deus que chega até nós e assim devem ser tratados.
Essa é a Amma! É sempre bom lembrar e reviver o quanto a Amma é gentil, sorridente, aberta e acolhedora. Ela novamente voltou a falar dos devotos que não sorriem, que ficam de cara fechada e que sofrem agora de um apego exagerado ao mat de meditação. Ela disse que se continuarem assim ela terá que criar um novo mantra para o mat.
Infelizmente, duas horas depois, quando passei pelo hall grande para ir trabalhar ele já estava todo tomado pelos mats.... Parece que muita gente não escuta o que o guru diz!!!
Amanhã grande dia - ONAM!!! Amma fica conosco o dia todo!
Amma dará darshan, depois prassad para todos, depois teremos espetáculos culturais!!! Uhh Mas Onam aqui é apenas uma pequena amostra do que é a celebração do aniversário da Amma, quando ela acolhe tanta, tanta gente.
Depois de amanhã, dia 30 de agosto, encerramento do Ganesha Chaturthi!!!
E tem muito mais depois!!! Todos os dias aqui é uma felicidade só.
Happy Onam a todos!!!

P.S.: No ano passado o Max e a Abhaya chegaram no ashram na festa de Onam! Lembro bem da gente preparando tudo para eles e esperando com o coração tão feliz a chegada dos irmãos!!! Espero que vocês e todos possam um dia estar aqui celebrando Onam novamente!

sábado, 25 de agosto de 2012

O que você encontra na sua cidade ao sair do supermercado?

Lá vou eu para o Hypermarket de Karnapally, a cidade mais próxima do ashram (onde tem tudo o que eu comprei em Cochin!!! e até melhor) comprar mais alguns itens desnecessários para não perder o hábito. Saio do mercado e cadê o motorista? Sumiu! Olho para a direita e....Vejam só, elefantes!


E lá se vão eles sem que ninguém mais tenha parado e dado tanta atenção. Olho para o lado, os guardas riem!


E para encerrar, a foto do por do sol de ontem, que tirei bem em cima do meu teto!

Atendendo a pedidos - o flat!

A primeira visão que tive da minha nova casa!

A segunda visão: as malas e caixas....

O banheiro - um pouco encardido o chão por falta de uso e pelo excesso de ferro da água daqui que mancha tudo . Nem preciso dizer que agora é outra coisa!

A cama-sofá. Agora a janela da esquerda tem uma rede que impede a entrada dos pombos e gralhas (ou corvos) e a da direita tem um panô

Área de trabalho, esperando a chegada da mesa... Torçam por mim!

E a cozinha!!! Uau!!!. Já fiz até meu primeiro miojo masala no almoço hoje!!!!

Meu altar atual e o novo Ganesha - o primeiro a entrar nesse quarto


Talvez algumas pessoas achem simples demais mas eu me sinto muito bem. Sim, gostaria de ter algumas coisinhas mais para facilitar um pouco a vida ao meu corpo, mas, sinceramente, tô na boa, como já ouvi dizer.
Ah, prá os que adoram colocar terror, segue a foto do banheiro. Tem privada, tampa, pia dentro do banheiro, chuveiro e uma torneira para usar como suporte. Assim que der vou comprar um espelho e um armario pequenino para o banheiro!
Alguém quer vir tomar um café?